ANO 1993 - Working Women, Working Men
Autoria: Joel Wolfe
Título: Working women, working men: Sao Paulo & the Rise of Brazil’s Industrial Working Class, 1900–1955
Cronologia: 1993
Acervo: Ana Lagoa
"Working Women, Working Men" é outro exemplar de exceção dessa curadoria. Fazendo parte do acervo Ana Lagoa, o livro é escrito por Joel Wolfe, e explora o desenvolvimento histórico da classe trabalhadora em São Paulo, Brasil, durante o período da industrialização (1900-1955). A obra também destaca a relação entre gênero e as dinâmicas sociais e políticas da classe trabalhadora na cidade, examinando como essas questões de gênero afetaram as relações entre grupos de liderança e a base. Dessa forma, é examinado como o papel das mulheres e homens trabalhadores no processo de industrialização e de que maneira isso moldou o cenário político brasileiro.
Na época analisada, a divisão tradicional de trabalho por gênero era evidente: homens frequentemente assumiam papéis de ‘principais provedores da família’, enquanto as mulheres eram direcionadas a funções consideradas "femininas" - ou seja, serviços domésticos. Isso resultava em disparidades salariais significativas e limitava as oportunidades de carreira para elas. Setores industriais emergentes, como a têxtil, muitas vezes empregavam mulheres em larga escala, devido à percepção de que eram mão de obra mais barata e "adequada" para certos tipos de trabalho.
Justamente por causa disso, as condições de trabalho enfrentadas pelas mulheres eram frequentemente difíceis. Jornadas extenuantes, ambientes insalubres e baixos salários eram características comuns. Além disso, a maternidade e as responsabilidades familiares frequentemente limitava as oportunidades de emprego.
No entanto, esse período também testemunhou o surgimento de um movimento feminino nas lutas trabalhistas. Motivadas pelas dificuldades e discriminações que enfrentavam, mulheres trabalhadoras se uniram em sindicatos e organizações de base, buscando melhorar suas condições de trabalho e exigir igualdade salarial. A participação das mulheres nessas mobilizações teve um impacto profundo nas dinâmicas familiares e nas percepções sobre os papéis de gênero na sociedade.